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Escola Bernardino Machado em visita de Estudo à cidade do Porto (Centro Histórico e Porto de Leixões)
“Segundo a Recomendação de Nairobi (1976) deve considerar-se que os conjuntos históricos e o seu enquadramento formam um património universal insubstituível e que «a sua salvaguarda e integração na vida coletiva [...] devem constituir uma obrigação para os governos e para os cidadãos dos Estados em cujos territórios se encontram».” in Salgueiro, T. B. (1992), A Cidade em Portugal – uma Geografia Urbana, Ed. Afrontamento, Lisboa. As duas maiores cidades do nosso país – Lisboa e Porto – têm assistido, nos dois últimos anos, a um «boom» turístico sem precedentes e, por arrastamento, muitas outras cidades e regiões nacionais registam também um forte acréscimo de visitantes vindos de todo o mundo. Diz-se, por isso, que “Portugal está na moda!”
Entre outros aspetos, nesta nossa visita à cidade do Porto, realizada no passado dia 20 de abril, pudemos constatar «in loco» a força deste fenómeno, relacionando-o com alguns dos fatores que, na região do Porto, a ele estão associados, designadamente a importância da preservação e valorização do património cultural, em especial no Centro Histórico, e a aposta decisiva no melhoramento da logística no Porto de Leixões, associada sobretudo às viagens de cruzeiros marítimos. Esta atividade de cariz transdisciplinar (mesmo assim, mais centrada na interdisciplinaridade entre a Geografia e a História) contou com a participação de 38 alunos das turmas do 10º e 11º anos do Curso de Línguas e Humanidades – 10º A, 10º C e 11º A –, da Escola Secundária Dr. Bernardino Machado, do Agrupamento de Escolas Figueira Mar. A visita de estudo dividiu-se em dois momentos principais. Na parte da manhã, realizámos um passeio pedonal pelo «Centro Histórico do Porto», Património Mundial da UNESCO desde 1996, num percurso que nos levou desde o Terreiro da Sé Catedral (no alto do Morro da Penaventosa), descendo pelas escadarias e ruas estreitas da “cidade medieval”, até à Praça da Ribeira e ruas adjacentes. Subimos depois pela Rua da Alfândega, artéria ribeirinha onde se localiza a «Casa do Infante» - aqui terá nascido o Infante D. Henrique e agora reservado ao Arquivo Municipal do Porto -, terminando o circuito junto à Estação de S. Bento. Este nosso “passeio cultural” foi brilhantemente organizado e orientado pela Dra. Isabel Carvalho, Técnica Superior (História) da Divisão Municipal de Planeamento e Ordenamento do Território da Câmara Municipal do Porto, a quem queremos deixar, neste relato, o nosso mais profundo agradecimento. A tarde foi ocupada com uma interessante visita ao Porto de Leixões, orientada por uma guia indicada pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). Neste espaço, foi-nos dada a possibilidade de assistirmos ao vivo a toda dinâmica quotidianamente vivida no segundo maior porto nacional, acompanhados sempre pela oportuna explicação relativa aos movimentos e aos locais visitados. Percorremos, dentro do autocarro, todos os setores desta plataforma portuária, num circuito de aproximadamente 5 km, desde o Terminal de Contentores (TCL) até ao famoso e bonito edifício do Terminal de Cruzeiros (projeto do arquiteto português Luís Pedro Silva, que obteve o «Prémio Edifício do Ano 2017» da «Archdaily», primeiro classificado na categoria de Arquitetura Pública).
Tratou-se, sem dúvida, de uma grande jornada educativa! Numa bonita sexta-feira primaveril, os alunos saíram do edifício escolar para aprender e compreenderem-se enquanto sujeitos da Geografia, da História, do Urbanismo e, sobretudo, da Cultura do seu país. Tiveram ainda a oportunidade de conviver e interagir com os atores e os acontecimentos do presente, nos “lugares do passado”, aspetos que serão certamente marcantes na construção da sua identidade, do exercício futuro de uma cidadania participativa.
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