Where is My Mind Afinal de Contas? – Conferência sobre a Adolescência
Pode dizer-se que serviu para muitas coisas, mas sobretudo para normalizar a adolescência. E para mostrar a ciência por trás do facto da adolescência e provar que é assim com todos, que sempre foi assim – confusa, rebelde, impulsiva e conflituosa. Que não é uma mera fase, quer dizer, até é, mas não nesse sentido. Que apesar de ser um período ainda pouco estudado, já se sabe o suficiente para se perceber a psicofisiologia do cérebro de um adolescente, dos 10 aos 25 anos. Por exemplo, para perceber que a poda neural que ocorre na adolescência serve afinal para potenciar a eficiência sistémica do cérebro, e, dessa forma, alcançar duas metas desenvolvimentais centrais: potenciar a capacidade cognitiva para navegar nos contextos sociais, aprendendo a gerir, por exemplo, a influência dos pares, e para regular eficientemente as emoções ao aumentar a conectividade entre o córtex pré-frontal e os restantes sistemas subcorticais, especialmente a amígdala, no final do segundo pico da neuroplasticidade do indivíduo humano.
Claro que há muitas outras coisas que a Professora Doutora Ana Ganho Ávila, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação disse, na conferência “Where is my mind? O que precisas de saber sobre o teu cérebro para sobreviver à adolescência”, no dia 5 de dezembro, no Auditório Madalena Biscaia Perdigão, perante uma plateia de alunos da Escola Secundária Dr. Bernardino Machado (Agrupamento de Escolas Figueira Mar).
Por exemplo, disse que o adolescente precisa de ajuda sobretudo para perceber que a vulnerabilidade típica da adolescência é/deve ser uma janela de oportunidade. E que os adultos, que já foram adolescentes, têm de se lembrar daquela pressa de existir se não quiserem acabar a desejar, como o pastor de Shakespeare, que não houvesse adolescência ou então que esta fosse passada a dormir.